segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Brasil e Suas Exportações

Grupo:Dayanne Ramos Maia
João Guilherme Lutterbach Bon Riker
Roberta Fernanda da Silva Santos
Samara Espíndola Ferreira

Professor (a):Carlos Alberto Alves Pinheiro

Disciplina: História

Série: 3ª Série do Ensino Médio


Início

O Brasil, ao tornar-se independente em 1822, possuía uma economia voltada para a exportação de matérias-primas. Para um país carente de capitais, seria necessário investir o tanto quanto possível nas exportações, buscando alcançar uma balança superavitária. Contudo, tal feito fora complicado pela completa falta de produtos manufaturados no país, que resultou num aumento considerável das importações, criando um déficit contínuo. A maior parte das importações eram tecidos, vinhos, sabões, comestíveis, perfumarias, dentre outros. Até a década de 1850, itens como carvão, maquinaria, cimento, ferro, ferramentas e artigos de ferro representavam 11% das importações brasileiras em relação à Grã-Bretanha. Mas o processo de industrialização constante do Brasil faria com que este percentual alcançasse 28% em 1889. Com o passar das décadas em que surgiram novas tecnologias e com o aumento da produtividade interna, as exportações aumentariam consideravelmente.



Ciclos das Expotações Brasileiras

A economia brasileira viveu vários ciclos ao longo da História do Brasil. Em cada ciclo, um setor foi privilegiado em detrimento de outros, e provocou sucessivas mudanças sociais, populacionais, políticas e culturais dentro da sociedade brasileira.
O primeiro ciclo econômico do Brasil foi a extração do pau-brasil, madeira avermelhada utilizada na tinturaria de tecidos na Europa, e abundante em grande parte do litoral brasileiro na época do descobrimento (do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Norte). Os portugueses instalaram feitorias e sesmarias e contratavam o trabalho de índios para o corte e carregamento da madeira por meio de um sistema de trocas conhecido como escambo. Além do pau-brasil, outras atividades de modelo extrativista predominaram nessa época, como a coleta de drogas do sertão na Amazônia.
O segundo ciclo econômico brasileiro foi o plantio de cana-de-açúcar, utilizada na Europa para a manufatura de açúcar em substituição à beterraba. O processo era centrado em torno do engenho, composto por uma moenda de tração animal (bois, jumentos) ou humana. O plantio de cana adotou o latifúndio como estrutura fundiária e a monocultura como método agrícola. A agricultura da cana introduziu a modo de produção escravista, baseado na importação e escravização de africanos. Esta atividade gerou todo um setor paralelo chamado de tráfico negreiro. A pecuária extensiva ajudou a expandir a ocupação do Brasil pelos portugueses, levando o povoamento do litoral para o interior.
Durante todo o século XVII, expedições chamadas entradas e bandeiras vasculharam o interior do território em busca de metais valiosos (ouro, prata, cobre) e pedras preciosas (diamantes, esmeraldas). Afinal, já no início do século XVIII (entre 1709 e 1720) estas foram achadas no interior da Capitania de São Paulo (Planato Central e Montanhas Alterosas), nas áreas que depois foram desmembradas como Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso, dando início ao ciclo do ouro. Outra importante atividade impulsionada pela mineração foi o comércio interno entre as diferentes vilas e cidades da colônia, propicionada pelos tropeiros.
O café foi o produto que impulsionou a economia brasileira desde o início do século XIX até a década de 1930. Concentrado a princípio no Vale do Paraíba (entre Rio de Janeiro e São Paulo) e depois nas zonas de terra roxa do interior de São Paulo e do Paraná, o grão foi o principal produto de exportação do país durante quase 100 anos. Foi introduzida por Francisco de Melo Palheta ainda no século XVIII, a partir de sementes contrabandeadas da Guiana Francesa.
Em meados do século XIX, foi descoberta que a seiva da seringueira, uma árvore nativa da Amazônia, servia para a fabricação de borracha, material que começava então a ser utilizado industrialmente na Europa e na América do Norte. Com isso, teve início o ciclo da borracha no Amazonas (então Província do Rio Negro) e na região que viria a ser o Acre brasileiro (então parte da Bolívia e do Peru).
O chamado desenvolvimentismo (ou nacional-desenvolvimentismo) foi a corrente econômica que prevaleceu nos anos 1950, do segundo governo de Getúlio Vargas até o Regime Militar, com especial ênfase na gestão de Juscelino Kubitschek.
Valendo-se de políticas econômicas desenvolvimentista desde a Era Vargas, na década de 1930, o Brasil desenvolveu grande parte de sua infra-estrutura em pouco tempo e alcançou elevadas taxas de crescimento econômico. Todavia, o governo muitas vezes manteve suas contas em desequilíbrio, multiplicando a dívida externa e desencadeando uma grande onda inflacionária. O modelo de transporte adotado foi o rodoviário, em detrimento de todos os demais (ferroviário, hidroviário, naval, aéreo).
Desde a década de 1970, o novo produto que impulsionou a economia de exportação foi a soja, introduzida a partir de sementes trazidas da Ásia e dos Estados Unidos. O modelo adotado para o plantio de soja foi a monocultura extensiva e mecanizada, provocando desemprego no campo e alta lucratividade para um novo setor chamado de "agro-negócio". O crescimento da cultura da soja se deu às custas da "expansão da fronteira agrícola" na direção da Amazônia, o que por sua vez vem provocando desmatamentos em larga escala. A crise da agricultura familiar e o desalojamento em massa de lavradores e o surgimento dos movimentos de sem-terra (MST, Via Campesina).
Entre 1969 e 1973, o Brasil viveu o chamado Milagre Econômico, quando um crescimento acelerado da indústria gerou empregos não-qualificados e ampliou a concentração de renda, o PIB chegou a crescer 14,0%. Em paralelo, na política, o regime militar endureceu e a repressão à oposição (tanto institucional quanto revolucionária/subversiva) viveu o seu auge. A industrialização, no entanto, continuou concentrada no eixo Rio de Janeiro-São Paulo e atraiu para esta região uma imigração em massa das regiões mais pobres do país, principalmente o Nordeste.
Da Crise do Petróleo até o início dos anos 1990, o Brasil viveu um período prolongado de instabilidade monetária e de recessão, com altíssimos índices de inflação (hiperinflação) combinados com arrocho salarial, crescimento da dívida externa e crescimento pífio.


Já na década de 1980, o governo brasileiro desenvolveu vários planos econômicos que visavam ao controle da inflação, sem nenhum sucesso. O resultado foi o não pagamento de dívidas com credores internacionais (moratória), o que resultou em graves problemas econômicos que perdurariam por anos. Não foi por acaso que os anos 1980, na economia brasileira, ganharam o apelido de "década perdida". Alguns economistas divergem de tal interpretação da história econômica do país. Dentre eles, inclui-se o professor da Universidade de São Paulo Stephen Kanitz, que atribui a crise da dívida externa à incapacidade do sistema bancário norte-americano de corrigir o valor de seu capital e de, com isso, continuar a emprestar.
No governo Itamar Franco o cenário começa a mudar. Com um plano que ganhou o nome de Plano Real a economia começa a se recuperar. Pelas mãos do então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, que eleger-se-ia presidente nas eleições seguintes por causa disso, houve o fortalecimento das instituições nacionais com o propósito de controlar a inflação e atrair investidores internacionais.
O governo do presidente Luís Inácio Lula da Silva manteve o ortodoxia da política econômica, mas investiu em programas sociais e na valorização do salário mínimo que reduziu a concentração de renda e ampliou o consumo. A dívida externa foi controlada e o país ganhou independência dos organismos multilaterais. Em 2009, o Brasil se torna e o primeiro país latino-americano a ser credor do FMI, o Fundo Monetário Internacional.



Características

A economia do Brasil tem um mercado livre e exportador. Medido por paridade de poder de compra, seu produto interno bruto é próximo de 2 trilhões de dólares (R$ 2.817,9 bilhões), fazendo-lhe a nona maior economia do mundo em 2008 segundo o FMI, (e décima maior economia segundo o Banco Mundial), fazendo-a segunda maior das Américas, atrás apenas dos Estados Unidos da América.
O Brasil possui uma economia sólida, construída nos últimos anos, após a crise de confiança que o país sofreu em 2002, a inflação é controlada, as exportações sobem e a economia cresce em ritmo moderado. Em 2007, o PIB brasileiro a preço de mercado apresentou crescimento de 5,7% em relação ao ano de 2006 de acordo com o IBGE. O Brasil é considerado uma das futuras potências do mundo junto à Rússia, Índia e China.
Desde a crise em 2002 os fundamentos macroeconômicos do país melhoraram. O real vem se valorizando fortemente frente ao dólar desde 2004, o risco país também vem renovando suas mínimas históricas desde o começo de 2007. Apesar de sua estabilidade macroeconômica que reduziu as taxas de inflação e de juros e aumentou a renda per capita, diferenças remanescem ainda entre a população urbana e rural, os estados do norte e do sul, os pobres e os ricos. Alguns dos desafios dos governos incluem a necessidade de promover melhor infra-estrutura, modernizar o sistema de impostos, as leis de trabalho e reduzir a desigualdade de renda.
A economia contém uma indústria e agricultura mista, que são cada vez mais dominadas pelo setor de serviços. As recentes administrações expandiram a competição em portos marítimos, estradas de ferro, em telecomunicações, em geração de eletricidade, em distribuição do gás natural e em aeroportos (embora a crise área tenha atormentado o país) com o alvo de promover o melhoramento da infra-estrutura. O Brasil começou à voltar-se para as exportações em 2004, e mesmo com um real valorizado atingiu em 2007 exportações de US$ 160,649 bilhões (+16,6%), importações de US$ 120,610 bilhões (+32%) e um saldo comercial de US$ 40,039 bilhões.
Exportações brasileiras e o mercado mundial
O desempenho das exportações brasileiras revela alguns paradoxos. Nos últimos quatro anos elas praticamente dobraram, atingindo US$ 142 bilhões nos dozes meses acumulados até março passado. No entanto, três aspectos chamam a atenção em uma análise mais aprofundada. A perda de dinamismo das exportações brasileiras nos últimos dois anos; a perda de qualidade das exportações e a baixa participação no mercado internacional.
O momento positivo, inédito nos últimos trinta anos, vivenciado pela economia mundial no período pós-2001, propiciou o crescimento da demanda e aumento dos preços das commodities, os quais acumularam uma alta média de cerca de 60% desde então. O Brasil foi amplamente favorecido por esse processo, especialmente nas exportações de minérios e produtos agrícolas. No entanto, as exportações de maior valor agregado foram prejudicadas pela valorização do real e a falta de uma estratégia mais agressiva.
Exportações de setores de tecnologia como celulares e automóveis, por exemplo, denotam clara reversão. Nos celulares, houve uma redução de 11,7% no primeiro trimestre desse ano, comparativamente ao período semelhante no ano passado. No caso dos automóveis, a queda foi de 14,6% no acumulado dos últimos dozes meses. O câmbio valorizado tem feito com que empresas de ponta passem a direcionar suas vendas para o mercado doméstico, em clara expansão. O Brasil como plataforma exportadora de bens sofisticados vai se tornando, infelizmente, uma realidade cada vez mais distante.
Segundo o relatório mundial de exportações, divulgado pela OMC (Organização Mundial de Comércio), apesar de ter o nono maior PIB (Produto Interno Bruto), o Brasil é o vigésimo quarto exportador, detendo apenas 1,1% do mercado mundial, bem abaixo de países de porte equivalentes, como Coréia do Sul, com US$ 326 bilhões (11º lugar), Rússia, com US$ 305 bilhões (13º lugar) e México com US$ 250 bilhões (15º lugar). A Alemanha se destaca no primeiro posto do ranking dos países exportadores de 2006, com vendas ao exterior de US$ 1,1 trilhão, seguida de perto pelos Estados Unidos, em segundo lugar, com US$ 1 trilhão e China, já em terceiro, com US$ 969 bilhões.
Trata-se evidentemente de uma oportunidade não suficientemente aproveitada pelo Brasil. A globalização fez com que a evolução do volume de comércio internacional (exportações + importações) praticamente dobrasse nos últimos dez anos, atingindo cerca de US$ 20 trilhões.
Há, no entanto, outros fatores favoráveis no desempenho brasileiro, como a diversificação da pauta exportadora, dos mercados de destino e pela sua capacidade de geração de superávits. Ao contrário do México e Rússia, por exemplo, que concentram suas exportações basicamente em petróleo, o Brasil é razoavelmente diversificado, fruto da sua industrialização. Também ao contrário do México, que vende 90% dos seus produtos para os EUA, o Brasil tem mercados de destino bastante variados: 27% para Europa 20% para EUA, 23% para demais países da América Latina, 15% para a Ásia e outros 15% para países árabes, África e Oceania.
Outro destaque importante é que, diferentemente do México - que, apesar de exportar quase o dobro do Brasil, gerou um déficit comercial de US$ 18 bilhões em 2006 - o Brasil tem tido superávits de US$ 46 bilhões ao ano. Diante da volatilidade da globalização das finanças, o superávit comercial torna-se importante fator de autonomia nas contas externas e ampliação de reservas cambiais.
Uma melhora quantitativa e qualitativa das exportações brasileiras depende de progressos na competitividade sistêmica do país, como as questões de infra-estrutura, logística, burocracia e tributação. Também de ajustes nas políticas macroeconômicas, especialmente câmbio e juros e, ainda, um maior nível de inovação das empresas. Isso é algo que pode ser fomentado com políticas públicas que integrem várias iniciativas em curso, assim como outras, a serem implementadas. O objetivo deve ser o de ampliar as exportações brasileiras, especialmente nas áreas mais dinâmicas do mercado mundial e que, ao mesmo tempo, signifiquem maior geração de valor agregado doméstico.

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